Mercado de imóveis já tem planos para prédios públicos

Helenice Laguardia

O mercado imobiliário de Belo Horizonte está em ebulição com a perspectiva da liberação dos prédios próprios e alugados pelo governo de Minas Gerais, em um volume que pode chegar a 250 mil metros quadrados disponíveis, com a mudança dos servidores públicos para a Cidade Administrativa.

O presidente da Netimóveis, uma rede com 45 imobiliárias na capital, José De Filippo Neto, acredita em uma desocupação maciça de imóveis comerciais. "Os proprietários particulares de imóveis que serão desocupados pelo governo já buscam consultoria para reavaliá-los e recolocá-los no mercado", informou.

São imóveis na região Central de Belo Horizonte, Savassi, Lourdes, Funcionários e Santo Agostinho, os mais cobiçados por quem procura áreas em regiões com escassez visível.

Em espaços com aluguéis antigos, os interessados vão encontrar preços bem diferentes. "Muitos contratos são antigos e não acompanharam a valorização do mercado. Com certeza, haverá o aumento na locação daqueles imóveis cujos valores estão defasados", garantiu Neto.

Mas a onda de ofertas deve ser fugaz. O presidente da Câmara da Construção Civil da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, avalia que o mercado vai absorver essa liberação de imóveis e continuar com certas carências na região Centro-Sul. "O que vai sobrar vai ser absorvido rapidamente e não vai atender à demanda", prevê.

Outra mudança de cenário pode acontecer na praça da Liberdade, com a transformação do prédio do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), que pertence ao governo, num hotel. "Seria como complemento da área de apoio ao turismo. Pode ser um hotel, restaurante ou salas de cultura e arte", explicou Diniz. O processo seria possível pela concessão do prédio por oferta pública.

O governador Aécio Neves disse na última sexta, em evento em Itajubá, que nesta semana haverá definição do destino de alguns prédios. "Vamos dar boas notícias sobre o que vamos fazer com o antigo prédio verde da Secretaria de Segurança, com o prédio da Secretaria de Cultura e com o Ipsemg", disse.

Situado na Afonso Pena, o prédio alugado de 10 mil a 12 mil metros quadrados que abriga o núcleo da Advocacia Geral do Estado também deve retornar ao mercado. Mas, no hipercentro, prédios como do Bemge e do Psiu devem permanecer sob o controle do Estado.

A Secretaria de Estado de Planejamento (Seplag) não revelou o destino dos prédios e nem a metragem disponível.